"A lei e a ordem virtualmente não
existem, porque não há força policial ou Poder Judiciário. Em algumas regiões
parece não existir mais nenhum sentido claro do que seja certo ou errado. As
pessoas se servem do que querem, sem respeitar o direito à propriedade – na
verdade, o sentimento de propriedade em si praticamente desapareceu. Os bens
pertencem apenas àqueles que são fortes o bastante para preservá-los e àqueles
que se dispõem a guardá-los com as próprias vidas. Homens armados percorrem as
ruas, pegando o que desejam e ameaçando qualquer um que procure impedi-los.
Mulheres de todas as classes se prostituem por comida e proteção. Não existe
vergonha. Não existe moral. Existe apenas sobrevivência.”
Embora pareça, o texto acima não se refere ao
que estamos vivendo hoje no Brasil, nem mesmo projeta uma realidade futura: ele
tem no mínimo 50 anos e foi escrito pelo historiador britânico Keith Lowe,
comentando o caos gerado na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
Muitas situações caóticas já existiram no
mundo, mas sempre somos levados a valorizar o sofrimento presente como o maior
e definitivo. Foi em 11/03/2020 que o diretor geral da Organização Mundial de
Saúde (OMS) declarou a situação de pandemia para o novo coronavírus. Logo, os
efeitos se fizeram sentir, inicialmente na saúde e na economia, grandemente
impactadas pelo isolamento social decretado em praticamente todos os países,
como forma de conter o contágio. Os efeitos colaterais da quarentena ainda
precisam ser estudados e é grande a preocupação sobre o futuro da humanidade.
O novo coronavírus corrói nosso tecido social, aquilo
que moldou a vida contemporânea. Por isso, o isolamento social acarreta mudança
de toda uma estrutura, nas relações de trabalho, renda, consumo e tudo o mais
que constitui nossa sociedade.
Perguntam os economistas: O que é pior para a
economia: coronavírus ou uma crise global como a de 2008? “Se a economia não
voltar, vai haver gente morrendo de fome e um caos social, com desabastecimento
e tudo o mais” declarou um dos nossos ministros recentemente no Congresso. Os
governos de todo o mundo foram chamados a agir, não só porque as bolsas
derreteram, mas porque populações inteiras estão aflitas. “A economia mundial entrou
num terreno inóspito e terá que esperar meses para ver o alcance real do golpe
em toda a sua extensão”, diz Ángel Talavera, chefe de análise da Oxford
Economics para a Europa. Nunca desligamos a economia global nesta escala. Desligar
é fácil, religar, não!
O Brasil, antes do coronavírus,
vinha gradualmente deixando a recessão para trás e assumindo uma trajetória
econômica positiva, mas isso mudou com impressionante rapidez. Investimentos
foram cancelados, empregos foram perdidos e empresas ameaçam fechar as portas,
gerando mais desemprego. Para muitas organizações e pessoas, os planos de
crescimento transformaram-se em luta pela sobrevivência, pelo pão de cada dia. A
questão econômica não é como minimizar perdas em vidas para o vírus, mas sim
como minimizar perdas. A segunda onda depois do vírus é a da recessão. O
desemprego e o desalento também matam.
Longo seria este texto, se fôssemos tentar projetar
o futuro, o “pós pandemia”, em diferentes setores da vida social. A saúde
e a economia, já citadas, terão que ser reformuladas e, de certa forma,
já estão sendo. O mesmo deverá acontecer com outras atividades que foram
paralisadas ou que sofreram com a pandemia, como a educação, a
política, a justiça, os esportes, o relacionamento social e
as igrejas. De uma certa forma, grande parte dessas atividades passará a
depender mais ainda da tecnologia, principalmente da informática, tornando
virtuais muitas de suas funções.
Um simples vírus, invisível a olho nu, foi o responsável pela paralisação do mundo todo, algo impensável até então. Castigo divino, erro humano, plano de poder, seja qual for a causa do estrago, “sentimos, lá no fundo, que essa pandemia é designada, em tua sabedoria, para propósitos bons e necessários...”, afirmou o pastor John Piper, reconhecendo que Deus tem permitido a atual crise. Entre os propósitos bons e necessários, Deus está nos despertando para a segunda vinda de Cristo, com sinais claros e evidentes. Se você crê nisto, mantenha a sua fé e a sua esperança nas promessas das profecias divinas quanto ao final dos tempos; se você ainda não crê, não se desespere com notícias apocalípticas de catástrofes, mas passe a levar Deus mais a sério, pois com certeza ele está querendo se comunicar com você através do vírus.
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