No início de 2020, o
mundo foi surpreendido pelo advento da Covid 19, vírus descoberto no final do
ano anterior e que começou a causar seus malefícios a partir de janeiro desse
ano. Por mais desenvolvido que estivesse, nenhum país estava preparado para
enfrentar a pandemia que se instaurou, explicando o trecho acima transcrito que
“indica a necessidade de se pensar uma
governança mundial”. Antes da atual situação, porém, motivado por
preocupações ambientais, também conhecidas como Ecologia, muitas lideranças ao
redor do mundo já mencionavam a possibilidade de se pensar em um governo
mundial, na tentativa de salvar o planeta.
O que seria um governo mundial? Governo mundial é uma concepção genérica, na qual um corpo político disporia de uma autoridade global sobre toda a humanidade, através de um sistema político ou através de uma governança temporária ou permanente, havendo uma jurisdição sobre todo o globo. A atual civilização humana acabou tomando a forma que tem hoje, de países independentes, com formas de governo e de organização próprias, sem que qualquer um deles tenha direito de interferir nos demais, após alguns milênios de reformulações. A não ser a criação da ONU após a Segunda Guerra Mundial, não há outro órgão que possa discutir assuntos internos dos países, sem ter, contudo, poder para interferir diretamente neles. Algumas personalidades, como o filósofo Bertrand Russel, o físico Albert Einstein, o sábio indiano Sri Aurobindo, entre outros, já haviam cogitado tal tema. Os processos de globalização do comércio, indústria, transportes, telecomunicações e fluxos de dados têm alimentado a ideia do planeta transformado em uma grande comunidade, uma aldeia global, cujos problemas transbordam as fronteiras nacionais. As crises de várias naturezas surgidas em muitos lugares do mundo, as migrações, o crime organizado e outras questões urgentes ultrapassam os limites de cada país, aparentemente exigindo um encaminhamento que transpõe os limites nacionais. Muitos, porém, seriam os obstáculos para se chegar a um governo dessa natureza: barreiras políticas (como nacionalismo, diferenças étnicas, culturais e religiosas, ameaças à liberdade) tornam difícil povos e governantes abrirem mão da soberania absoluta em prol de uma soberania mundial. Por vias pacíficas e na base da negociação e do consenso, parece ser muito difícil chegar-se a um governo mundial.
Muitos devem estar pensando a esta altura: é
apenas mais uma “teoria da conspiração”. No entanto, observado o que a pandemia
está provocando no mundo e o rumo que muitos setores têm tomado, cremos que não
estamos longe de experimentarmos um governo mundial; de uma forma, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) já assumiu, em nome da ciência, um papel que
indica esse rumo durante a pandemia. Nada é mais mutável do que a ciência
humana, que evolui a cada nova descoberta, adaptando o que teoricamente já
sabia e alterando o rumo de “certezas” que anteriormente tinha. É confiável o
que a OMS afirma? Em que momento ela foi confiável, já que titubeou tanto? Como
protótipo de um governo mundial, como confiar então em um dirigente único para
o planeta no qual vivemos?
O assunto é bastante polêmico e desejamos neste
primeiro texto sobre ele nos atermos apenas ao foco humano. Ocasionalmente, o
assunto voltará à discussão. Por enquanto, ele fica sobre a mesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário