sexta-feira, 26 de março de 2021

11. AS COISAS QUE HÃO DE ACONTECER: LIVRO SELADO

“Então vi na mão direita daquele que está assentado no trono um livro em forma de rolo, escrito de ambos os lados e selado com sete selos” (Apocalipse 5.1).

Diante de João estava uma porta aberta no céu e uma voz o convidou: “Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas”. As coisas eram as que João havia visto e as que são, ou seja, o Filho de Deus revelado e as mensagens por ele enviadas através do profeta às sete igrejas da Ásia. João é agora convidado a ver as coisas que há de acontecer, ou seja, as coisas do final dos tempos.  
João se viu inicialmente numa sala, onde havia um trono no céu com alguém nele assentado. A descrição do ocupante do trono e dos seus arredores é simbólica: um ser semelhante a jaspe e sardônio e um arco-íris como esmeralda circundando o trono. Vinte e quatro anciãos também assentados em tronos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça, circundavam o trono principal. Dele saíam relâmpagos, vozes e trovões e diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, os sete espíritos de Deus. Algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal, estava diante do trono. Ao redor dele, havia ainda quatro seres viventes também simbolicamente descritos: um semelhante a leão, outro a boi, o terceiro com rosto de homem e o último semelhante a águia em voo. Os seres viventes louvavam exaltando ao Deus todo-poderoso, ao louvor se juntando os vinte e quatro anciãos, prostrados diante do ocupante do trono e adorando-o como alguém digno de receber a glória, a honra e o poder por ter criado todas as coisas.
No cenário acima descrito, João viu um livro em forma de rolo, escrito de ambos os lados e selado com sete selos que estava na mão direita de Deus, o ocupante do trono. Ninguém é achado digno de romper os selos e de abrir o livro, ou mesmo de olhar para ele, fato que provoca em João uma emoção que o leva às lágrimas. Um dos anciãos então anuncia: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”.
Olhando bem, João viu um Cordeiro, “que parecia ter estado morto, em pé, no centro do trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos anciãos”, figurando Jesus Cristo, descrito também simbolicamente como tendo sete chifres e sete olhos (poder e visão completos), dados pelos sete espíritos de Deus (o pleno Espirito de Deus). O Cordeiro se aproximou e recebeu o livro da mão direita de Deus e, ao fazê-lo, iniciou-se novo louvor dos quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos, prostrados diante do Cordeiro, cada um com harpa e taça de ouro cheia de incenso na mão, taça essa que representava as orações dos santos.

Há muita coisa simbólica no Apocalipse, às vezes interpretadas pelo próprio texto, às vezes deixadas para nossa interpretação. Esses símbolos não devem servir de barreira para que procuremos entender a mensagem profética, porque há promessa de bênção para quem o fizer.

Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes cantavam, exaltando a dignidade do Cordeiro de receber o livro e de abrir os seus selos, pois ele havia sido morto e, com seu sangue, comprado para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação, pessoas que foram constituídas como sacerdotes para o nosso Deus, que reinarão sobre a terra com Deus no final dos tempos. Quem são essas pessoas? Os salvos pelo sangue de Cristo Jesus de todos os tempos, ou seja, os cristãos. Eles cantavam e, no seu cântico, a nossa participação está incluída!
Ao louvor dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos juntou-se a voz de milhares de milhares e milhões de milhões de anjos, que rodeavam o trono, louvando a dignidade do Cordeiro de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor! juntam-se ainda ao coro “todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há”. É interessante notar-se como muitas das mensagens dos louvores do Apocalipse também são cantadas, com as necessárias adaptações à métrica das melodias modernamente compostas, nas nossas igrejas. Veja, por exemplo, esta:

“Àquele que está assentado / no trono / e ao Cordeiro / sejam o louvor, a honra, / a glória e o poder, / para todo o sempre!”

Ao louvor inicial dos quatro seres viventes e dos anciãos, acrescido pela multidão de anjos e mais ainda, pelo louvor de “todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há”, devemos nós também, os que aguardamos a volta de Cristo, nos prostrarmos e adorarmos àquele que criou todas as coisas e ao seu Filho, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, pela salvação, pelas bênçãos que nos são concedidas e pela esperança da vida eterna em nós plantada, a qual ansiamos ver completada, num futuro não muito distante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

23. DA VELHA BABILÔNIA À NOVA JERUSALÉM

  “Nabucodonosor levou para o exílio, na Babilônia, os remanescentes (...) para serem seus escravos...” (2 Crônicas 36.20) “Então vi novo...