“Observei quando o Cordeiro abriu o
primeiro dos sete selos. Então ouvi um dos seres viventes dizer com voz de
trovão: ‘Venha!’” (Apocalipse 6.1)
A abertura dos selos começa de modo solene pelo Cordeiro. O
primeiro selo trouxe um cavalo branco, cujo cavaleiro empunhava um arco, a quem
foi dada uma coroa; “ele cavalgava como vencedor determinado a
vencer”, afirma João em sua profecia. Comentaremos o cavaleiro do
cavalo branco posteriormente.
O segundo
selo revelou um cavalo vermelho e seu cavaleiro, a quem foi dada uma grande
espada; ele “recebeu poder para tirar a paz da terra e fazer que os homens
se matassem uns aos outros”. Este cavaleiro representa a guerra.
A abertura
do terceiro selo trouxe diante de João um cavalo preto, cujo cavaleiro tinha na
mão uma balança; ouviu-se uma voz vinda de entre os quatro seres viventes que
dizia: “Um quilo de trigo por um denário, e três quilos de cevada por
um denário, e não danifique o azeite e o vinho!” O cavaleiro do cavalo
preto representa o surgimento de um tempo de fome e escassez de
alimentos.
O quarto
selo revelou a chegada de um cavalo amarelo, ou, como trazem algumas versões e
alguns comentaristas, verde pálido, a cor de um cadáver. “Seu
cavaleiro chamava-se Morte, e o Hades o seguia de perto. Foi-lhes dado poder
sobre um quarto da terra para matar pela espada, pela fome, por pragas e por
meio dos animais selvagens da terra”.
Tendo sido
completado o número dos quatro cavaleiros do Apocalipse, voltemos ao cavalo
branco. Guerra, fome e escassez de alimento, morte: são estes os
significados de três dos quatro cavaleiros. O primeiro, talvez pela cor branca,
que normalmente representa pureza, tem sido interpretado por
alguns como simbolizando Cristo. No entanto, dado o contexto de acontecimentos
funestos que os outros três representam, sou levado a crer que o cavaleiro do
cavalo branco anuncia o aparecimento do Anticristo. Por que? Porque aparecerá
no final do Apocalipse (191.11) um outro cavaleiro num cavalo branco, chamado
pelo texto de “Fiel e Verdadeiro”, este sim plenamente identificado com Cristo,
voltando triunfante para o final dos tempos. O Anticristo vai aparecer com
destaque mais tarde, no capítulo 13 de Apocalipse, identificado como a Besta
que emergiu do mar. Concordam muitos comentaristas que o Diabo deve ser
interpretado como enganador e imitador das coisas divinas, pois, desejando ser igual
a Deus, foi expulso do Paraíso. Assim sendo, tentou a Adão, prometendo que
ele seria igual a Deus, conhecedor do Bem e do Mal. O diabo deseja
a mesma coisa: ser como Deus.
Vamos ao
quinto selo: ele revelou, debaixo do altar na sala do trono de Deus, “as
almas daqueles que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do
testemunho que deram”, os quais clamavam em alta voz pelo julgamento
de Deus, para julgar os habitantes da terra e vingar o seu sangue. A cada
um foi dada uma veste branca e afirmado que esperassem um pouco mais, “até
que se completasse o número dos seus conservos e irmãos, que deveriam ser
mortos como eles”. Na queda da grande Babilônia, mais para o final do
livro, essas almas serão atendidas.
O sexto
selo trouxe um grande terremoto, com o escurecimento do sol, a lua tornando-se
vermelha como sangue e as estrelas do céu caindo sobre a terra. Era o anúncio
de uma catástrofe cósmica, que também apontava para o final do livro e dos
tempos: o céu recolhendo-se como pergaminho e todas as montanhas e ilhas
removidas de seus lugares. O fato provocou pânico geral na humanidade,
atingindo a todos: reis, príncipes, generais, ricos, poderosos, escravos e
livres. As pessoas se esconderam em cavernas e rochas das montanhas, gritando
para que montanhas e rochas caíssem sobre elas, escondendo-as da ira de Deus e
do Cordeiro. Novamente, o selo revela o que iria acontecer no final dos tempos.
O sétimo
selo somente será aberto no capítulo 8, anunciando a chegada das sete
trombetas. Antes, porém, no capítulo 7, temos a introdução de um número
interessante: 144.000 pessoas que, segundo o texto, deveriam ser seladas na
testa como servos do nosso Deus (sendo 12.000 de cada tribo de Israel,
mencionadas nominalmente) e, enquanto o selo não acontecesse, quatro anjos
foram colocados em pé nos quatro cantos da terra para “impedir que
qualquer vento soprasse na terra, no mar ou em qualquer árvore”. O vento aí
implica em castigo de Deus, parte das pragas que cairão sobre a humanidade. Os
144.000 serão poupados de sofrerem a ira de Deus. O grupo novamente será
mencionado no final do livro e nos tempos do fim.
O capítulo
termina com o louvor de “uma grande multidão que ninguém podia contar, de
todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro,
com vestes brancas e segurando palmas”. Ao coro da multidão de
vestes brancas juntam-se os quatro seres viventes e os anciãos. Os que estão
vestidos de branco são identificados como “aqueles que
vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue
do Cordeiro”. Que Deus mantenha a nossa fé para participarmos desse
coro!
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