“Quando ele
abriu o sétimo selo, houve silêncio nos céus cerca de meia hora. Vi os sete
anjos que se acham em pé diante de Deus; a eles foram dadas sete
trombetas” (Apocalipse 8 1-2).
O livro
selado registrou os segredos de Deus até a época de João. Os sete selos os
lacraram e preservaram para a hora oportuna. Os selos abertos revelaram os
acontecimentos do final dos tempos. É hora agora de anunciá-los, através das
sete trombetas.
Após o
oferecimento das orações dos santos sobre o altar diante do trono,
representados por um incensário de ouro com muito incenso,
Inicia-se então o toque das
trombetas. “O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e granizo e fogo misturado
com sangue foram lançados sobre a terra”. Um terço da terra, das árvores e
toda a relva verde se queimou.
O segundo
anjo tocou a trombeta, “e algo como um grande monte em chamas foi lançado ao
mar. Um terço do mar transformou-se em sangue, morreu um terço
das criaturas do mar e foi destruído um terço das embarcações”.
Ao toque da
trombeta do terceiro anjo, caiu do céu uma grande estrela chamada Absinto,
queimando como tocha sobre um terço dos rios e das fontes de águas. Um
terço das águas tornou-se amargo e muitos morreram por causa disso.
O quarto
anjo, ao tocar sua trombeta, atingiu e escureceu um terço do sol, da lua e das
estrelas, deixando um terço do dia e da noite sem luz. Notem que, até aqui,
apenas o firmamento e a natureza foram atingidos, tendo as pessoas sido
poupadas, não sendo diretamente atingidas, a não ser aquelas que estavam nas
embarcações ou que tomaram das águas amargas. Uma águia que por ali voava dizia
em alta voz: “Ai, ai, ai dos que habitam na terra, por causa do toque
das trombetas que está prestes a ser dado pelos três outros anjos!”
Quando o quinto
anjo tocou a sua trombeta, uma estrela que havia caído do céu sobre a terra (talvez
Absinto) recebeu a chave do poço do Abismo. Quando o Abismo se abriu,
subiu dele fumaça como a de uma gigantesca fornalha, que escureceu o sol e o
céu. “Da fumaça saíram gafanhotos que vieram sobre a terra, e lhes foi
dado poder como o dos escorpiões da terra. Eles receberam ordens
para não causar dano nem à relva da terra, nem a qualquer planta ou árvore, mas
apenas àqueles que não tinham o selo de Deus na testa. Não podiam
matá-los, mas causar-lhes tormento durante cinco meses. Os gafanhotos são
simbólicos e assim são descritos: pareciam cavalos preparados para a batalha,
tinham coroas de ouro sobre a cabeça, seu rosto parecia humano, seus
cabelos eram como os de mulher e seus dentes como os de leão. Usavam
couraças de ferro e o som das suas asas era parecia o barulho de muitos cavalos
e carruagens correndo para a batalha. Em suas caudas tinham ferrões como
de escorpiões, com poder para causar tormento aos homens durante cinco
meses. Havia um rei sobre eles, o anjo do Abismo, chamado Abadom em hebraico
e Apoliom em grego. Embora fossem gafanhotos, a agonia que os homens sofreram
era como a da picada do escorpião. Á semelhança do sexto selo, quando as
pessoas se esconderam em cavernas e rochas das montanhas rogando para que as
cobrissem e matassem, naqueles dias os homens procurarão a morte, mas
não a encontrarão, desejarão morrer, mas a morte fugirá deles. Conforme
anunciado pela águia, este foi o primeiro “ai”, o primeiro sofrimento, restando
mais dois.
O toque da
trombeta do sexto anjo anunciou o aparecimento de uma voz vinda do altar de
ouro divino, dizendo ao anjo que tinha a trombeta: “Solte os quatro
anjos que estão amarrados junto ao grande rio Eufrates”. Os quatro
anjos, preparados para aquele momento, foram soltos para matar um terço da humanidade. Na
introdução do número 144.000, referente ao Reino de Israel, quatro anjos foram
colocados em pé nos quatro cantos da terra para “impedir que qualquer
vento soprasse na terra, no mar ou em qualquer árvore”. O vento ali
representava a ira de Deus que cairia sobre a humanidade. No final do capítulo
9, são novamente mencionados os anjos e, para matarem um terço da humanidade,
muita gente, é mencionado um exército cujo número de integrantes é ouvido por
João: duzentos milhões. Também neste momento da visão profética, a descrição de
cavalos e cavaleiros do exército é simbólica: couraças vermelhas como o fogo,
azuis como o jacinto, e amarelas como o enxofre; cabeça dos cavalos parecendo a
um leão; da boca lançavam fogo, fumaça e enxofre. O poder dos cavalos
estava na boca e na cauda, que eram como cobras e feriam as pessoas. O
resultado disso foi a morte de um terço da humanidade por causa do fogo, da
fumaça e do enxofre que saíam das suas bocas. É melancólico o final do
capítulo: o restante da humanidade que não morreu por essas pragas, mas nem
assim se arrependeu das obras das suas mãos, não parando de adorar os demônios
e os ídolos de ouro, prata, bronze, pedra e madeira, ídolos que não podem ver,
nem ouvir, nem andar. “Também não se arrependeram dos seus
assassinatos, das suas feitiçarias, da sua imoralidade sexual e dos seus
roubos”. Há alguma semelhança com a reação da humanidade hoje, nos
dias de pandemia?
A sétima
trombeta somente será tocada no final do capítulo 11, anunciando a chegada das
sete taças contendo as pragas da ira de Deus.
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