“Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2. 42).
A Igreja Apostólica começou com 120
pessoas, incluindo os apóstolos e os seguidores do Caminho, nome
que antecedeu o de cristãos. Houve grande aumento numérico ao longo dos
séculos, até chegarmos à era presente, à Igreja Contemporânea, que hoje convive
com a pandemia. Existe alguma semelhança entre as duas igrejas distanciadas no
tempo? O pastor Paulo Washer lançou recentemente o livro “Dez acusações contra
a Igreja Moderna”, o qual serviu de inspiração para este texto. Conheçamos um
pouco das suas ideias.
Timóteo afirma que “toda a Escritura
é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e
para a instrução na justiça”, mas modernamente líderes cristãos têm
defendido a necessidade de contemporização da Bíblia, de apoio da psicologia,
antropologia e sociologia em suas mensagens. Negam a eficiência da Escritura; a
Bíblia é inspirada, inerrante e suficiente para comunicar a mensagem divina ao
homem, pois é a Palavra de Deus.
Segundo Paul Washer, existem algumas
formas de ignorância na igreja, primeiramente, com
respeito a Deus. Conhecer a Deus resume toda a vida cristã, desde a
conversão até a eternidade. Há, muitas vezes, formado no próprio
coração das pessoas, um deus sendo adorado, em vez do culto racional
ao Deus Verdadeiro, por puro desconhecimento.
A ignorância quanto ao
evangelho de Cristo não leva em conta a natureza de Deus, em contraste
com a natureza humana decaída. Deus é verdadeiramente justo e todos os homens
são ímpios. O Filho de Deus veio ao mundo como homem perfeito, vivendo em
harmonia com o Pai, morrendo na cruz do Calvário em nosso lugar, dando-nos nova
vida com o novo nascimento. O erro fundamental da igreja hoje com relação ao
evangelho é não dar ênfase à regeneração.
A ignorância quanto à natureza
da Igreja nos leva a esquecer que Deus estabeleceu somente uma
instituição religiosa, a Igreja, por quem Jesus deu sua vida, para que ela
fosse santa. A igreja é e sempre foi uma só, seu organismo é único e eterno,
embora os homens a tenham complicado em suas organizações locais mundanas e
passageiras.
O pecado é o
verdadeiro problema e mal do ser humano. Os púlpitos modernos tratam o pecado
de forma superficial, com pregadores que estão mais preocupados em dar às
pessoas “a melhor vida agora” do que em guiá-las para a eternidade. A
doença chamada autoestima nos leva a amar mais ao eu do
que a Deus. Com isso, tem-se atenuado a forma de convite ao
evangelho. João Batista pregava: “Arrependam-se e creiam nas boas
novas.” No entanto, pregadores modernos mudaram o arrependimento por aceitar
a Cristo. A decisão emocional de um momento sem o consequente arrependimento
do pecado e busca da santificação na vida não é verdadeira vida cristã.
Busca da santificação e permanência
no pecado são antagônicos. A Igreja atual não tem alertado seus
membros quanto à necessidade de separação do mundo pecaminoso. Paulo alertou
aos crentes romanos: “... o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou
que comunhão pode ter a luz com as trevas?” Se Deus promove um
verdadeiro novo nascimento em uma pessoa, ele continuará agindo nessa vida por
meio de ensino, bênção, admoestação e disciplina. Se você quer conhecer a Deus,
alguma separação do mundo tem que acontecer.
O ensino bíblico para a família tem
sido substituído por psicologia e sociologia. Como líder familiar,
sua autoridade está na Palavra de Deus. A juventude da igreja precisa de acompanhamento
de líderes mais experientes, com maior vivência cristã. A Igreja não tem tido
muitos problemas com a vida cultural mundana de hoje, porque não estamos
confrontando a cultura ao nosso redor; ande em obediência à Palavra de Deus e o
mundo o odiará. Falta à Igreja moderna uma disciplina eclesiástica
amorosa e compassiva. O crente realmente convertido ao evangelho pode
precisar de restauração com mansidão. Deus disciplina a quem ele ama; assim
deve também fazer a Igreja.
Como última crítica, Washer ressalta a
existência hoje de pastores mal nutridos na Palavra de Deus: Paulo
orientou o jovem Timóteo: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como
obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra
da verdade”. No final dos tempos, todo o inferno tomará conta da cultura
humana, tudo se tornará confuso e homens agirão como bestas, como animais.
Conrad Mbewe, um líder cristão africano, afirmou: “Na África, já não
temos medo de bestas nem fugimos delas; tememos os homens e fugimos deles”.
É a depravação total da humanidade: o mundo perdeu o juízo, mas devemos estar
constantemente alimentados pelas palavras da fé. Nos nossos dias, movimentos
como Igreja emergente e crescimento de igreja, bem
como a adaptação cultural das verdades bíblicas, em grande parte,
estão se afastando dos ensinos neotestamentários. Precisamos nos disciplinar e
aplicar na piedade, na oração, na leitura da Bíblia, no modo de falar e mesmo
na companhia com a qual andamos. Se vocês são filhos do Rei, nada neste mundo
poderá satisfazê-los.
Pastores e líderes cristãos: Somos
homens de Deus, ministros do Altíssimo: procuremos nos apresentar aprovados
diante do Criador!
Nenhum comentário:
Postar um comentário