sábado, 10 de abril de 2021

22. DA IGREJA APOSTÓLICA À IGREJA CONTEMPORÂNEA

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2. 42). 

A Igreja Apostólica começou com 120 pessoas, incluindo os apóstolos e os seguidores do Caminho, nome que antecedeu o de cristãos. Houve grande aumento numérico ao longo dos séculos, até chegarmos à era presente, à Igreja Contemporânea, que hoje convive com a pandemia. Existe alguma semelhança entre as duas igrejas distanciadas no tempo? O pastor Paulo Washer lançou recentemente o livro “Dez acusações contra a Igreja Moderna”, o qual serviu de inspiração para este texto. Conheçamos um pouco das suas ideias.

Timóteo afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”, mas modernamente líderes cristãos têm defendido a necessidade de contemporização da Bíblia, de apoio da psicologia, antropologia e sociologia em suas mensagens. Negam a eficiência da Escritura; a Bíblia é inspirada, inerrante e suficiente para comunicar a mensagem divina ao homem, pois é a Palavra de Deus.

Segundo Paul Washer, existem algumas formas de ignorância na igreja, primeiramente, com respeito a Deus. Conhecer a Deus resume toda a vida cristã, desde a conversão até a eternidade. Há, muitas vezes,  formado no  próprio coração das pessoas, um deus sendo adorado, em vez do culto racional ao Deus Verdadeiro, por puro desconhecimento.

ignorância quanto ao evangelho de Cristo não leva em conta a natureza de Deus, em contraste com a natureza humana decaída. Deus é verdadeiramente justo e todos os homens são ímpios. O Filho de Deus veio ao mundo como homem perfeito, vivendo em harmonia com o Pai, morrendo na cruz do Calvário em nosso lugar, dando-nos nova vida com o novo nascimento. O erro fundamental da igreja hoje com relação ao evangelho é não dar ênfase à regeneração.

ignorância quanto à natureza da Igreja nos leva a esquecer que Deus estabeleceu somente uma instituição religiosa, a Igreja, por quem Jesus deu sua vida, para que ela fosse santa. A igreja é e sempre foi uma só, seu organismo é único e eterno, embora os homens a tenham complicado em suas organizações locais mundanas e passageiras.

pecado é o verdadeiro problema e mal do ser humano. Os púlpitos modernos tratam o pecado de forma superficial, com pregadores que estão mais preocupados em dar às pessoas “a melhor vida agora” do que em guiá-las para a eternidade. A doença  chamada autoestima nos leva a amar mais ao eu do que a Deus. Com isso, tem-se atenuado a forma de convite ao evangelho. João Batista pregava: “Arrependam-se e creiam nas boas novas.” No entanto, pregadores modernos mudaram o arrependimento por aceitar a Cristo. A decisão emocional de um momento sem o consequente arrependimento do pecado e busca da santificação na vida não é verdadeira vida cristã.

Busca da santificação e permanência no pecado são antagônicos. A Igreja atual não tem alertado seus membros quanto à necessidade de separação do mundo pecaminoso. Paulo alertou aos crentes romanos: “... o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas?”  Se Deus promove um verdadeiro novo nascimento em uma pessoa, ele continuará agindo nessa vida por meio de ensino, bênção, admoestação e disciplina. Se você quer conhecer a Deus, alguma separação do mundo tem que acontecer.

ensino bíblico para a família tem sido substituído por psicologia e sociologia. Como líder familiar, sua autoridade está na Palavra de Deus. A juventude da igreja precisa de acompanhamento de líderes mais experientes, com maior vivência cristã. A Igreja não tem tido muitos problemas com a vida cultural mundana de hoje, porque não estamos confrontando a cultura ao nosso redor; ande em obediência à Palavra de Deus e o mundo o odiará. Falta à Igreja moderna uma disciplina eclesiástica amorosa e compassiva. O crente realmente convertido ao evangelho pode precisar de restauração com mansidão. Deus disciplina a quem ele ama; assim deve também fazer a Igreja.

Como última crítica, Washer ressalta a existência hoje de pastores mal nutridos na Palavra de Deus: Paulo orientou o jovem Timóteo: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade”. No final dos tempos, todo o inferno tomará conta da cultura humana, tudo se tornará confuso e homens agirão como bestas, como animais. Conrad Mbewe, um líder cristão africano, afirmou: “Na África, já não temos medo de bestas nem fugimos delas; tememos os homens e fugimos deles”. É a depravação total da humanidade: o mundo perdeu o juízo, mas devemos estar constantemente alimentados pelas palavras da fé. Nos nossos dias, movimentos como Igreja emergente e crescimento de igreja, bem como a adaptação cultural das verdades bíblicas, em grande parte, estão se afastando dos ensinos neotestamentários. Precisamos nos disciplinar e aplicar na piedade, na oração, na leitura da Bíblia, no modo de falar e mesmo na companhia com a qual andamos. Se vocês são filhos do Rei, nada neste mundo poderá satisfazê-los. 

Pastores e líderes cristãos: Somos homens de Deus, ministros do Altíssimo: procuremos nos apresentar aprovados diante do Criador!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

23. DA VELHA BABILÔNIA À NOVA JERUSALÉM

  “Nabucodonosor levou para o exílio, na Babilônia, os remanescentes (...) para serem seus escravos...” (2 Crônicas 36.20) “Então vi novo...