sexta-feira, 9 de abril de 2021

21. OS JUDEUS E O MESSIAS

 

“... estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (João 1.10-11). 

Quando Deus enviou seu Filho ao mundo, a expectativa entre os judeus era para a chegada de um Messias libertador, político, guerreiro, que restaurasse o reino de Israel à sua antiga glória. Em Belém de Judá, pouco maior do que um povoado, nasceria um bebê, filho de família humilde que, quando se tornasse adulto, promoveria um Reino, não o de Israel, mas o de Deus, seu Pai. Frustraram-se aqueles que não souberam ler devidamente as profecias; por isso afirmou João que ele “veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. Por isso, desde o século I da Era Cristã, os judeus (que seguem outro calendário) aguardam a vinda do Messias.

O interessante, no entanto, é que, crendo eles nas mesmas profecias veterotestamentárias em que também os cristãos creem (embora eles não aceitem as do Novo Testamento), também os rabinos atuais estão pressentindo que a vinda do Messias está próxima. Para o rabino Alon Anava, do norte de Israel, existe um significado espiritual na turbulência em que vivemos. Ele acredita que o mal está tentando anular o bem e que um governo mundial será um mal necessário para a vinda do Messias. “Você pode ver claramente que a força do mal e das trevas está tentando aniquilar a força do bem”, afirmou ele. “O Messias é para o resto do mundo, não é apenas para judeus”, continuou ele. “Jeová comanda o show. Você não tem nada a temer”, concluiu o rabino.

Um outro rabino arriscou até a prever um ano: a chegada do Messias acontecerá em 2022, segundo ele. A vinda do Enviado deve coincidir com um evento estelar de grande proporção; recentemente, pesquisadores astronômicos anunciaram uma colisão de corpos celestes para 2022, que iluminará o céu noturno, dando origem ao nascimento de uma nova estrela. Desde os escritos de Maimônides, um rabino judaico de Andaluzia do século XII, já havia alusão a um versículo do Antigo Testamento como a prova da chegada do Salvador. Nachman Kahane, um líder rabino em Jerusalém, crê que um Templo será construído no monte do Templo enquanto ele, o rabino, ainda estiver vivo; e ele diz que tudo está pronto para que o Templo seja construído ainda hoje.

O profeta Ezequiel, contemporâneo do final do Reino de Judá e da deportação para a Babilônia, a partir do capítulo 40 até o final, fala da futura restauração e da construção de um majestoso templo a Deus, dando descrição minuciosa do mesmo. Naquele tempo, o Templo de Salomão estava sendo destruído pelos conquistadores e seus objetos sagrados levados para a Babilônia. O templo reconstruído setenta anos depois não tinha a glória da primeira edificação nem seguiu as especificações dadas a Ezequiel. A profecia se refere, portanto, ao terceiro templo a ser construído em Israel.

Providências para a construção do Templo têm sido tomadas em Israel, com o treinamento de homens para o serviço no Templo e a confecção dos implementos necessários para o seu funcionamento, inclusive a mesa da proposição, o altar do incenso, e a menorá (candelabro de sete braços) feita de ouro. Perto de Jericó, no vale do rio Jordão, um centro de treinamento educa homens, que creem ser da tribo de Levi e da família sacerdotal, para que venham a servir no Templo. O rabino Yoel Keren acredita que o Terceiro Templo será construído seguindo os detalhes descritos em Ezequiel 40-46.

O mundo conheceu apenas dois templos judeus: o primeiro, construído no monte do Templo pelo rei Salomão em 975 a.C., durou 390 anos, antes que os babilônios o destruíssem no ano 586 a.C. O segundo, construído depois do cativeiro na Babilônia no final do século IV a.C. no mesmo local, permaneceu durante 585 anos, até ser destruído pelos romanos no ano 70 d.C. O cenário do final dos tempos na profecia divina anuncia que haverá um templo judeu quando o Anticristo reinar sobre o mundo.

Nós, os cristãos, aguardamos a volta de Jesus Cristo, o Messias que veio ao mundo cumprindo toda a profecia do Antigo Testamento. Os judeus ainda aguardam a vinda do Messias; é interessante de se notar que as mesmas profecias cumpridas com a primeira vinda de Cristo, segundo o ponto de vista cristão, estejam hoje servindo de base para a expectativa da primeira vinda do Messias pelos judeus. Tudo leva a crer que a volta de Cristo coincida com a vinda do aguardado Messias israelita. Cumprir-se-á então a profecia de João no Apocalipse, referente à salvação dos judeus, que finalmente reconhecerão aquele que veio para o seu povo sem ser por ele conhecido; 144.000 é o número simbólico, mas significativo, sendo 12.000 de cada uma das tribos de Israel.

“A glória do Senhor entrou no templo pela porta que dava para o lado leste. Então o Espírito pôs-me em pé e levou-me para dentro do pátio interno, e a glória do Senhor encheu o templo” (Ezequiel 43.4-5). O profeta descreve a glória de Deus tomando posse do Terceiro Templo, conforme o Espírito permitiu que ele antevisse. Tudo o que foi dito mostra que Israel se prepara para construir o Templo, apesar de todos os problemas existentes. Mais uma vez, acende-se a chama da esperança para os cristãos, esperança de que tudo se renove com os novos céus e a nova terra, após a volta de Cristo. Até lá, mantenha acesa a sua lamparina, pois o Noivo não tarda a chegar. 

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