quarta-feira, 31 de março de 2021

18. ACABOU O APOCALIPSE: E AGORA? INTERLÚDIO

“Eis que venho em breve! Feliz é aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Apocalipse 22.7). 

Entre os capítulos 10 e 14 do Apocalipse acontece um interlúdio, um intervalo na sequência dos conjuntos dos sete (sete selos, trombetas e taças), mais precisamente entre as trombetas e as taças. Oe eventos não foram anteriormente comentados e vamos procurar juntá-los em um único texto.

João é desafiado a pegar um livrinho aberto na mão do anjo e comê-lo: após ter comido o livrinho, João afirma: “Ele me pareceu doce como mel em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estômago ficou amargo”. O anjo então lhe diz: “É preciso que você profetize de novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis”.

Outro anjo dá a João ordem para medir o templo de Deus, o altar e contar os adoradores que lá estivessem. Em seguida, aparecem duas testemunhas a quem foi dado poder para testemunharem na cidade santa durante 42 meses, ou 1.260 dias, vestidas de pano de saco. Elas tinham poder: para que não chovesse durante o tempo da profecia; para transformarem a água em sangue; para ferir a terra com pragas. Ao terminarem o testemunho, a besta que vem do Abismo atacará as testemunhas, vai vencê-las e matá-las, ficando os cadáveres expostos na rua principal da grande cidade; durante três dias e meio, gente de todos os povos, tribos, línguas e nações contemplarão os seus cadáveres e não permitirão que sejam sepultados. Haverá grande alegria entre os homens pelas mortes, pois os dois profetas haviam atormentado os que habitam na terra. Após o tempo estipulado, um sopro de vida da parte de Deus soprará neles, fazendo-os ficarem em pé e causando grande terror em quem viu. Eles subirão para os céus numa nuvem e, naquela hora, haverá um forte terremoto: um décimo da cidade ruirá, sete mil pessoas serão mortas no terremoto e os sobreviventes ficarão aterrorizados e darão glória ao Deus dos céus.

Apareceu no céu uma mulher simbolicamente descrita, grávida e em vias de dar à luz. De outro lado, um enorme dragão vermelho, também simbolicamente descrito, colocou-se diante da mulher para devorar o seu filho no momento em que nascesse. Nascido o menino, um homem “que governará todas as nações com cetro de ferro”, ele foi arrebatado para junto de Deus e a mulher fugiu para o deserto, para ser sustentada por Deus por 1.260 dias.

Houve uma guerra nos céus: Satanás, o grande dragão, foi lançado fora do paraíso para a terra. Começou então ele a perseguir a mulher que dera à luz o menino; ela recebeu duas asas para poder voar para o abrigo no deserto; nem um rio de água que a serpente fez jorrar da sua boca conseguiu detê-la. Irado contra a mulher, o dragão saiu para guerrear contra sua descendência, os seguidores de Cristo.

Aparecem duas bestas, uma saindo do mar e outra subindo da terra, ambas simbolicamente descritas. Uma das sete cabeças da primeira besta parecia ter sofrido um ferimento mortal, mas ela foi curada. O dragão deu à primeira besta poder, trono e autoridade. A besta falava palavras arrogantes e blasfemas e teve autoridade para agir durante 42 meses. Ela blasfemou contra Deus e amaldiçoou o seu nome e o seu tabernáculo; guerreou contra os santos e os venceu, com autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Os que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro adorarão a besta. A outra besta, a da terra, tinha dois chifres como cordeiro, mas falava como dragão. Com a autoridade e em nome da primeira besta, ela realizava grandes sinais, fazendo descer fogo do céu à terra à vista dos homens e enganando-os. A segunda besta ordenou que os homens fizessem uma imagem à primeira besta e deu fôlego a ela; a imagem podia falar e matar os que se recusassem a adorá-la. Todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, foram obrigados a receber na mão direita ou na testa certa marca, que é representado por um número de homem: 666.

Aparecem novamente os 144.000 já antes mencionados, juntamente com o Cordeiro, em pé, sobre o monte Sião; eles traziam escritos na testa os nomes do Cordeiro e de seu Pai. Um cântico novo foi entoado diante do trono, o qual somente os 144.000 podiam aprender. Há uma descrição simbólica do grupo.

Finalmente, aparece alguém “semelhante a um filho de homem”, com uma coroa de ouro na cabeça e uma grande foice afiada na mão; um anjo lhe diz que ele deve fazer a colheita, pois a safra da terra está madura. O ser passou sua foice pela terra e ceifou-a. Outro anjo aparece trazendo também uma foice menor afiada e tem ordem de realizar uma segunda colheita, ajuntando os cachos de uva da videira da terra, porque as suas uvas estão maduras. O anjo passou a foice pela terra, ajuntou as uvas e as lançou no grande lagar da ira de Deus; elas foram pisadas no lagar, fora da cidade, e correu sangue do lagar, chegando ao nível dos freios dos cavalos, numa distância de cerca de trezentos quilômetros.

Após toda essa rápida exposição, muitas perguntas devem ter surgido, como por exemplo: Por que João teve que comer o livrinho? Afinal, quem são as duas testemunhas? Que representam a mulher grávida e seu filho? Que simbolizam as duas bestas, a do mar e a da terra? Que representam as duas colheitas do final do texto? Nossa tentativa de entender o Apocalipse termina aqui, mas esperamos que todas as dúvidas levem os leitores a procurarem ler o livro na íntegra, bem como comentários a seu respeito. Existem bênçãos reservadas para quem assim o fizer. Eu já as estou recebendo; e você?

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