terça-feira, 6 de abril de 2021

19. POESIA E MÚSICA NO APOCALIPSE

“Eis que ele vem com as nuvens, / e todo olho o verá, / até mesmo aqueles que o traspassaram; / e todos os povos da terra / se lamentarão por causa dele. / Assim será! Amém. “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso.” (Apocalipse 1. 7-8)

Este será, se Deus quiser, um texto prazeroso de escrever e de ler. Vamos falar da arte no livro do Apocalipse, principalmente a poesia e a música. Confesso que, mesmo tendo lido e Bíblia e o Apocalipse mais de uma vez durante a minha vida, eu nunca havia percebido a existência da arte apocalíptica. Como nós temos cantado nas nossas igrejas, ao longo do tempo, hinos cuja letra foi inspirada, adaptada e até copiada do Apocalipse! Começando no primeiro capítulo, o texto inicial é poesia do primeiro capítulo do livro. Vamos conhecer, pois o assunto é extenso.

“Santo, santo, santo / é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir”. (4.8b)

“Tu, Senhor e Deus nosso, / és digno de receber / a glória, a honra e o poder, / porque criaste todas as coisas, / e por tua vontade elas existem / e foram criadas”. (4.11)

Estes dois textos foram louvores apresentados na sala do Trono de Deus, por ocasião da abertura do livro dos sete selos. O segundo texto não lhe pareceu familiar? Ainda no mesmo episódio:

“Tu és digno de receber o livro / e de abrir os seus selos, / pois foste morto, / e com teu sangue compraste para Deus / gente de toda tribo, língua, povo e nação. / Tu os constituíste reino e sacerdotes / para o nosso Deus, / e eles reinarão sobre a terra”. (5.9-10)

“Digno é o Cordeiro / que foi morto / de receber poder, riqueza, sabedoria, força, / honra, glória e louvor!” (5.12). No mesmo episódio ainda, quem ainda não cantou:

“Àquele que está assentado / no trono e ao Cordeiro / sejam o louvor, a honra, / a glória e o poder, / para todo o sempre!” (5.13)

Quando o apocalipse menciona pela primeira vez os 144.000 de Israel, lemos os versos seguintes:

“A salvação pertence / ao nosso Deus, / que se assenta no trono, /e ao Cordeiro”. (7.10)

“Amém! / Louvor e glória, / sabedoria, ação de graças, / honra, poder e força / sejam ao nosso Deus / para todo o sempre. / Amém!” (7.11)

“Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Por isso: eles estão / diante do trono de Deus / e o servem dia e noite / em seu santuário; / e aquele que está assentado no trono / estenderá sobre eles / o seu tabernáculo. / Nunca mais terão fome, / nunca mais terão sede. / Não os afligirá o sol, / nem qualquer calor abrasador, / pois o Cordeiro que está / no centro do trono / será o seu Pastor; / ele os guiará às fontes / de água viva. / E Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima”. (7.14b-17)

Quando foi tocada a sétima trombeta, houve fortes vozes nos céus que diziam:

“O reino do mundo / se tornou de nosso Senhor / e do seu Cristo, / e ele reinará / para todo o sempre”. (11.15b)

Handel baseou-se nesta referência para a criação do majestoso “Aleluia”. Ainda no mesmo episódio da 7ª trombeta, temos o poema:

“Graças te damos, / Senhor Deus todo-poderoso, / que és e que eras, / porque assumiste / o teu grande poder / e começaste a reinar. / As nações se iraram; / e chegou a tua ira. / Chegou o tempo de julgares / os mortos / e de recompensares / os teus servos, os profetas, / os teus santos / e os que temem o teu nome, /tanto pequenos / como grandes, / e de destruir / os que destroem a terra”. (11.17-18)

No episódio da mulher grávida e o dragão, lemos o poema:

“Agora veio a salvação, / o poder e o Reino / do nosso Deus, / e a autoridade do seu Cristo, / pois foi lançado fora / o acusador dos nossos irmãos, / que os acusa diante / do nosso Deus, dia e noite. / Eles o venceram / pelo sangue do Cordeiro / e pela palavra do testemunho / que deram; / diante da morte, / não amaram a própria vida. / Portanto, celebrem-no, ó céus, / e os que neles habitam! / Mas, ai da terra e do mar, / pois o Diabo desceu até vocês! / Ele está cheio de fúria, / pois sabe que lhe resta / pouco tempo”. (12.1012)

Por ocasião do início das sete taças da ira de Deus e as pragas, lemos o poema (será que não soa familiar?):

“Grandes e maravilhosas / são as tuas obras, / Senhor Deus todo-poderoso. / Justos e verdadeiros / são os teus caminhos, / ó Rei das nações. / Quem não te temerá, ó Senhor? / Quem não glorificará o teu nome? / Pois tu somente és santo. / Todas as nações virão à tua presença / e te adorarão, / pois os teus atos de justiça / se tornaram manifestos”. (15.3b-4)

Após o derramar da terceira taça, ouviu-se o louvor:

“Tu és justo, / tu, o Santo, que és e que eras, / porque julgaste estas coisas; / pois eles derramaram / o sangue dos teus santos / e dos teus profetas, / e tu lhes deste sangue / para beber, / como eles merecem”. E ouvi o altar responder: “Sim, Senhor Deus todo-poderoso, / verdadeiros e justos / são os teus juízos”. (16.5b-7)

O louvor final ocorre anunciando o último casamento, as bodas do Cordeiro (Jesus Cristo) com sua noiva (a Igreja):

“Louvem o nosso Deus, / todos vocês, seus servos, / vocês que o temem, / tanto pequenos como grandes!” (19.5b)

“Aleluia!, / pois reina / o Senhor, o nosso Deus, / o Todo-poderoso./
Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos / e dar-lhe glória! / Pois chegou a hora / do casamento do Cordeiro, / e a sua noiva já se aprontou. /Para vestir-se, foi-lhe dado / linho fino, brilhante e puro”.
(19.6b-8a)

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