“Não havendo profecia, o povo se
corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Provérbios 29.18).
A palavra “profecia”, no original hebraico,
é “chazón”. Pode ser traduzida como visão, mas significa especificamente
“revelação ou instrução de Deus”. Sem a instrução divina, o povo está condenado
a uma vida de fracasso e deterioração. Segundo o dicionário, profecia é a
anunciação e interpretação da vontade e dos propósitos divinos; é o
ensinamento ou exortação moral inspirados por Deus; é ainda o presságio
anunciado por pessoa que interpreta o futuro segundo a inspiração do Espírito
de Deus. As duas primeiras definições levam à leitura e interpretação bíblicas
feitas a partir do púlpito das igrejas. Ilustrando a definição, o texto abaixo
remonta à origem dos batistas e mostra uma correspondência trocada pelo casal
Hughe e Anne Bromhead, de Amsterdam, na Holanda, com alguém que havia ficado na
Inglaterra, relatando uma “ordem de culto” da chamada “Congregação da Padaria”,
a primeira congregação batista da história, em 1609. Assim diz o texto:
“A ordem do culto e direção de nossa
igreja é: Primeiro, nós começamos com uma oração, depois a leitura de um ou
dois capítulos da Bíblia que deem sentido à reunião e a direcionem; isso feito,
nós deixamos nossos livros de lado e, após uma oração solene feita pelo 1º
orador, ele propõe algum texto próprio da Escritura e profetiza sobre
o mesmo, pelo espaço de uma hora, ou três quartos de uma hora.”
Neste blog, vamos explorar a terceira
acepção da palavra profecia, que a define como “o presságio anunciado
por pessoa que interpreta o futuro segundo a inspiração do Espírito de Deus”. Sobre
o assunto que nos motiva, qual seja a segunda vinda de Cristo, Wayne Gruden em
sua Teologia Sistemática enumera alguns pontos importantes para serem
considerados. Inicialmente, ele afirma que haverá uma volta súbita,
pessoal, visível e corpórea de Cristo. Esse tema é mencionado com
frequência em todo o Novo Testamento, sendo a esperança dominante da igreja
neotestamentária. Sua manifestação não será a mera vinda espiritual para
habitar no coração das pessoas, mas uma volta pessoal e corpórea, tal como os
seguidores o viram subir em sua ascenção. Outra afirmação do autor é que devemos
ansiar pela volta de Cristo. João termina o Apocalipse orando “Amém!
Ora, vem, Senhor Jesus!”. Esta deve ser também nossa oração nos dias
de hoje. O autor afirma que o quanto realmente aguardamos a volta de Cristo
mede a condição de nossa vida no momento: quanto mais comprometimento com o
mundo, menos anseio por sua volta; aqueles que andam diariamente com Cristo de
maneira viva e profunda terão um anseio mais intenso pela sua volta. Uma
terceira afirmação de Gruden recorda que não sabemos quando Cristo
voltará; já que ele virá em hora inesperada, devemos estar prontos o
tempo todo para a sua volta. Grupos como os Testemunhas de Jeová, os
Adventistas e outros têm feito muitas predições de datas específicas, e todas
elas incorreram em erro. As consequências de tais previsões tem levado pessoas
a venderem tudo o que têm, abandonarem emprego e outras decisões pessoais que
geraram muitos prejuízos. Todos os evangélicos concordam quanto às
consequências definitivas da volta de Cristo, como o julgamento dos
incrédulos, a recompensa final dos que creem, o novo céu e a nova terra sob o
governo da Trindade num reino eterno, livre de pecado, dor e sofrimento.
Porém, há discussão quanto aos pormenores dos eventos futuros,
quanto ao milênio, a grande tribulação e a salvação do povo judeu, por exemplo.
O povo evangélico deve concordar que as Escrituras são inerrantes; por isso,
temos o compromisso de crer em tudo o que elas ensinam. As diferenças de
interpretação de passagens bíblicas que tratam de alguns eventos devem ser
consideradas como questões de importância secundária, não se comparando com as
diferenças de interpretação de questões doutrinárias importantes.
Existe bênção para o estudo que estamos
realizando. No Apocalipse, logo nos primeiros versos, João diz: “Feliz
aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam
o que nela está escrito, porque o tempo está próximo”. No entanto, no
último capítulo ele faz um alerta: “Declaro
a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe
acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro.
Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua
parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste
livro”. Tendo isto em mente, ouçamos e guardemos as profecias a serem
conhecidas, mas não tiremos ou acrescentemos nada que não tenha tido origem
divina, para que sejamos abençoados e fujamos da condenação divina. O
assunto é sério.
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