terça-feira, 16 de março de 2021

5. A IMPORTÂNCIA DA PROFECIA


“Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Provérbios 29.18).

A palavra “profecia”, no original hebraico, é “chazón”. Pode ser traduzida como visão, mas significa especificamente “revelação ou instrução de Deus”. Sem a instrução divina, o povo está condenado a uma vida de fracasso e deterioração. Segundo o dicionário, profecia é a anunciação e interpretação da vontade e dos propósitos divinos; é o ensinamento ou exortação moral inspirados por Deus; é ainda o presságio anunciado por pessoa que interpreta o futuro segundo a inspiração do Espírito de Deus. As duas primeiras definições levam à leitura e interpretação bíblicas feitas a partir do púlpito das igrejas. Ilustrando a definição, o texto abaixo remonta à origem dos batistas e mostra uma correspondência trocada pelo casal Hughe e Anne Bromhead, de Amsterdam, na Holanda, com alguém que havia ficado na Inglaterra, relatando uma “ordem de culto” da chamada “Congregação da Padaria”, a primeira congregação batista da história, em 1609. Assim diz o texto:

“A ordem do culto e direção de nossa igreja é: Primeiro, nós começamos com uma oração, depois a leitura de um ou dois capítulos da Bíblia que deem sentido à reunião e a direcionem; isso feito, nós deixamos nossos livros de lado e, após uma oração solene feita pelo 1º orador, ele propõe algum texto próprio da Escritura e profetiza sobre o mesmo, pelo espaço de uma hora, ou três quartos de uma hora.” 

Neste blog, vamos explorar a terceira acepção da palavra profecia, que a define como “o presságio anunciado por pessoa que interpreta o futuro segundo a inspiração do Espírito de Deus”. Sobre o assunto que nos motiva, qual seja a segunda vinda de Cristo, Wayne Gruden em sua Teologia Sistemática enumera alguns pontos importantes para serem considerados. Inicialmente, ele afirma que haverá uma volta súbita, pessoal, visível e corpórea de Cristo. Esse tema é mencionado com frequência em todo o Novo Testamento, sendo a esperança dominante da igreja neotestamentária. Sua manifestação não será a mera vinda espiritual para habitar no coração das pessoas, mas uma volta pessoal e corpórea, tal como os seguidores o viram subir em sua ascenção. Outra afirmação do autor é que devemos ansiar pela volta de Cristo. João termina o Apocalipse orando “Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!”. Esta deve ser também nossa oração nos dias de hoje. O autor afirma que o quanto realmente aguardamos a volta de Cristo mede a condição de nossa vida no momento: quanto mais comprometimento com o mundo, menos anseio por sua volta; aqueles que andam diariamente com Cristo de maneira viva e profunda terão um anseio mais intenso pela sua volta. Uma terceira afirmação de Gruden recorda que não sabemos quando Cristo voltará; já que ele virá em hora inesperada, devemos estar prontos o tempo todo para a sua volta. Grupos como os Testemunhas de Jeová, os Adventistas e outros têm feito muitas predições de datas específicas, e todas elas incorreram em erro. As consequências de tais previsões tem levado pessoas a venderem tudo o que têm, abandonarem emprego e outras decisões pessoais que geraram muitos prejuízos. Todos os evangélicos concordam quanto às consequências definitivas da volta de Cristo, como o julgamento dos incrédulos, a recompensa final dos que creem, o novo céu e a nova terra sob o governo da Trindade num reino eterno, livre de pecado, dor e sofrimento. Porém, há discussão quanto aos pormenores dos eventos futuros, quanto ao milênio, a grande tribulação e a salvação do povo judeu, por exemplo. O povo evangélico deve concordar que as Escrituras são inerrantes; por isso, temos o compromisso de crer em tudo o que elas ensinam. As diferenças de interpretação de passagens bíblicas que tratam de alguns eventos devem ser consideradas como questões de importância secundária, não se comparando com as diferenças de interpretação de questões doutrinárias importantes.

Existe bênção para o estudo que estamos realizando. No Apocalipse, logo nos primeiros versos, João diz: “Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo”. No entanto, no último capítulo ele faz um alerta: “Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro.  Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro”. Tendo isto em mente, ouçamos e guardemos as profecias a serem conhecidas, mas não tiremos ou acrescentemos nada que não tenha tido origem divina, para que sejamos abençoados e fujamos da condenação divina.  O assunto é sério.

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