terça-feira, 16 de março de 2021

4. O SURGIMENTO DO BEM E DO MAL

 “Caim teve relações com sua mulher e ela engravidou e deu à luz Enoque” (Gênesis 4.17).

“Também a Sete nasceu um filho, a quem deu o nome de Enos. Nessa época começou-se a invocar o nome do Senhor” (Gênesis 4.26).

O primeiro homicídio, chamado mais tecnicamente de fratricídio, foi praticado por Caim, o primogênito de Adão e Eva. Para substituir Abel, nasceu Sete. A partir daí, formaram-se duas gerações, partindo desses dois filhos do primeiro casal: a geração de Caim, que se afastou da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, e a de Sete. A geração de Caim criou rebanhos, tendas, cidades, desenvolveu a música e instrumentos musicais, fabricou ferramentas de bronze e ferro, conforme Gênesis 4. É verdade que também criou a bigamia, através de Lameque, contrariando o casamento entre um homem e uma mulher instituído pelo próprio Deus. Desenvolveu-se, materialmente, mas decaiu espiritualmente, descendendo de alguém que foi afastado da comunhão do Senhor. A geração de Sete, através de seu filho Enos, “começou a invocar o nome do Senhor”. Através da geração de Sete, vieram ao mundo: Enoque, aquele que andou com Deus e não conheceu a morte; Matusalém, o homem de maior longevidade neste mundo, segundo a Bíblia; Noé, seu neto, que foi o ser humano que “achou graça aos olhos do Senhor”, segundo Gênesis 6.8.

Na verdade, desde Adão até Noé, houve duas gerações distintas no mundo: a de Caim, às vezes chamada de genealogia dos ímpios, ou da serpente, como fruto do pecado; a de Sete, chamada de genealogia dos justos, ou da mulher, pois foi a Eva que Deus prometeu que dela sairia aquele que esmagaria a cabeça da serpente. Jesus Cristo provém da genealogia de Sete. As duas genealogias nasceram separadas, gerando as ideias iniciais de “bem” e “mal”, mas, com o passar do tempo, “os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas, e escolheram para si aquelas que lhes agradaram”, conforme Gênesis 6.2. Misturaram-se, pois, as gerações, prevalecendo o mal e levando Deus a destruir a terra com o dilúvio, salvando apenas a família de Noé, um grupo de oito pessoas para repovoar a terra, buscando um novo começo para a humanidade. Todos nós somos semitas, camitas ou jaféticos, seguindo uma das três gerações dos filhos de Noé.

Na verdade, o bem e o mal está dentro de cada ser humano, já que todos formos criados à imagem e semelhança de Deus, para o bem, mas, através do pecado adâmico, todos pecamos e fomos destituídos da glória de Deus. Todos nascemos no “caminho largo” citado por Jesus no Sermão do Monte; felizmente existe uma possibilidade de opção pelo “caminho estreito”, através do próprio sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Não podemos simplesmente polarizar a questão humana entre bem e mal, como divisor de águas em todos os setores da atividade humana.

Hoje, vivemos em um país e em um mundo que está polarizado politicamente, dividido entre direita e esquerda, criando-se um dilema de difícil solução. Dizem os entendidos que os conceitos de direita e esquerda estão ultrapassados, assim como não podemos caracterizar qualquer dos lados da bipolaridade com as ideias de bem e mal. No entanto, existem profecias bíblicas que apontam para os últimos dias antes da volta de Cristo, mostrando que, no final, Deus, o bem, prevalecerá contra o diabo, o mal.

Com tudo o que foi dito até aqui, abrimos o campo para a discussão das profecias escatológicas, aquelas que procuram mostrar como serão os eventos do final dos tempos, com a volta de Cristo. Profecias normalmente usam símbolos e linguagem que representam verdades e pessoas de forma pouco clara, dando margem a múltiplas interpretações. Vamos procurar discutir essas visões, não dando preferência a nenhuma delas, embora tenhamos por vezes que citá-las. Que Deus nos abençoe neste propósito e que essas profecias, centralizadas no seu livro mais importante, o Apocalipse, possam nos trazer esperança e edificação de vidas, ao vislumbrarmos o cumprimento de todas as promessas de Deus na eternidade.

“Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso Deus, porque verdadeiros e justos são os seus juízos...” (Apocalipse 19.1b-2a)

“Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite” (Apocalipse 12.10).

“Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11.15b).

Aleluia! 

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