“Eis que
venho em breve! Feliz é aquele que guarda as palavras da profecia deste
livro” (Apocalipse 22.7).
Entre os
capítulos 10 e 14 do Apocalipse acontece um interlúdio, um
intervalo na sequência dos conjuntos dos sete (sete selos,
trombetas e taças), mais precisamente entre as trombetas e as taças. Oe eventos
não foram anteriormente comentados e vamos procurar juntá-los em um único texto.
João é
desafiado a pegar um livrinho aberto na mão do anjo e comê-lo:
após ter comido o livrinho, João afirma: “Ele me pareceu doce como mel
em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estômago ficou amargo”. O
anjo então lhe diz: “É preciso que você profetize de novo acerca de
muitos povos, nações, línguas e reis”.
Outro anjo
dá a João ordem para medir o templo de Deus, o altar e contar os
adoradores que lá estivessem. Em seguida, aparecem duas testemunhas a
quem foi dado poder para testemunharem na cidade santa durante 42 meses, ou
1.260 dias, vestidas de pano de saco. Elas tinham poder: para que não chovesse
durante o tempo da profecia; para transformarem a água em sangue; para ferir a
terra com pragas. Ao terminarem o testemunho, a besta que vem do Abismo atacará
as testemunhas, vai vencê-las e matá-las, ficando os cadáveres expostos na rua
principal da grande cidade; durante três dias e meio, gente de todos os povos,
tribos, línguas e nações contemplarão os seus cadáveres e não permitirão que
sejam sepultados. Haverá grande alegria entre os homens pelas mortes, pois
os dois profetas haviam atormentado os que habitam na terra. Após o tempo
estipulado, um sopro de vida da parte de Deus soprará neles, fazendo-os
ficarem em pé e causando grande terror em quem viu. Eles subirão para os céus
numa nuvem e, naquela hora, haverá um forte terremoto: um décimo da cidade
ruirá, sete mil pessoas serão mortas no terremoto e os sobreviventes ficarão
aterrorizados e darão glória ao Deus dos céus.
Apareceu no
céu uma mulher simbolicamente descrita, grávida e em vias de
dar à luz. De outro lado, um enorme dragão vermelho, também
simbolicamente descrito, colocou-se diante da mulher para devorar o seu filho
no momento em que nascesse. Nascido o menino, um homem “que governará
todas as nações com cetro de ferro”, ele foi arrebatado para junto de Deus
e a mulher fugiu para o deserto, para ser sustentada por Deus por 1.260 dias.
Houve uma
guerra nos céus: Satanás, o grande dragão, foi lançado fora do paraíso para
a terra. Começou então ele a perseguir a mulher que dera à luz o menino;
ela recebeu duas asas para poder voar para o abrigo no deserto; nem um rio de
água que a serpente fez jorrar da sua boca conseguiu detê-la. Irado contra
a mulher, o dragão saiu para guerrear contra sua descendência, os seguidores de
Cristo.
Aparecem duas
bestas, uma saindo do mar e outra subindo da terra, ambas simbolicamente
descritas. Uma das sete cabeças da primeira besta parecia ter sofrido um
ferimento mortal, mas ela foi curada. O dragão deu à primeira besta poder,
trono e autoridade. A besta falava palavras arrogantes e blasfemas e teve
autoridade para agir durante 42 meses. Ela blasfemou contra Deus e amaldiçoou o
seu nome e o seu tabernáculo; guerreou contra os santos e os venceu, com
autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Os que não tiveram seus
nomes escritos no livro da vida do Cordeiro adorarão a besta. A outra
besta, a da terra, tinha dois chifres como cordeiro, mas falava como
dragão. Com a autoridade e em nome da primeira besta, ela realizava
grandes sinais, fazendo descer fogo do céu à terra à vista dos homens e
enganando-os. A segunda besta ordenou que os homens fizessem uma imagem à
primeira besta e deu fôlego a ela; a imagem podia falar e matar os
que se recusassem a adorá-la. Todos, pequenos e grandes, ricos e pobres,
livres e escravos, foram obrigados a receber na mão direita ou na testa certa
marca, que é representado por um número de homem: 666.
Aparecem
novamente os 144.000 já antes mencionados, juntamente com
o Cordeiro, em pé, sobre o monte Sião; eles traziam escritos na testa os
nomes do Cordeiro e de seu Pai. Um cântico novo foi entoado diante do trono, o
qual somente os 144.000 podiam aprender. Há uma descrição simbólica do grupo.
Finalmente,
aparece alguém “semelhante a um filho de homem”, com uma coroa de
ouro na cabeça e uma grande foice afiada na mão; um anjo lhe diz que ele deve
fazer a colheita, pois a safra da terra está madura. O ser passou
sua foice pela terra e ceifou-a. Outro anjo aparece trazendo também uma
foice menor afiada e tem ordem de realizar uma segunda colheita, ajuntando os
cachos de uva da videira da terra, porque as suas uvas estão maduras. O
anjo passou a foice pela terra, ajuntou as uvas e as lançou no grande lagar da
ira de Deus; elas foram pisadas no lagar, fora da cidade, e correu sangue
do lagar, chegando ao nível dos freios dos cavalos, numa distância de cerca de
trezentos quilômetros.
Após toda essa
rápida exposição, muitas perguntas devem ter surgido, como por exemplo: Por que
João teve que comer o livrinho? Afinal, quem são as duas testemunhas? Que
representam a mulher grávida e seu filho? Que simbolizam as duas bestas, a do
mar e a da terra? Que representam as duas colheitas do final do texto? Nossa
tentativa de entender o Apocalipse termina aqui, mas esperamos que todas as
dúvidas levem os leitores a procurarem ler o livro na íntegra, bem como
comentários a seu respeito. Existem bênçãos reservadas para quem assim o fizer.
Eu já as estou recebendo; e você?